Sobranceiro à pequena colina que marca o núcleo histórico de Aveiro, o edifício municipal concebido pelo arquitecto Fernando Távora é uma demonstração construída da sua «lição das constantes». Em 1963, Távora tomou em mãos a concretização dos pressupostos do plano de urbanização desenvolvido por Robert Auzelle. Ao reformular a imagem urbana através de novos sinais de monumentalidade, a passagem do plano ao projecto evidenciou o confronto entre a malha histórica e um núcleo moderno de comércio e serviços na margem sul do Canal do Côjo. A torre com noventa metros de altura, que não foi construída, era uma afirmação de modernidade vertical na paisagem horizontal da região. Para o edifício que acolheu a biblioteca, Távora reservou um papel simbólico, abrindo transparências ao vento nordeste que corre sobre as águas das salinas do Vouga, incorporando a sua forma na longa vida do burgo aveirense.
Este livro foi co-editado pela Dafne Editora e pelo Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
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